QI X QE



“As emoções são contagiosas. Todos sabemos disso por experiência. Depois de um bom café com um amigo, você se sente bem. Quando encontra um funcionário rude em uma loja, se sente mal”. (Daniel Goleman).

Considerado o “pai da inteligência emocional”, Goleman, muito tem contribuído para a popularização do que ele mesmo chama de “a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos”.

A mais pura verdade. Como é importante, especialmente no mundo atual, compreender o poder da inteligência emocional... Um dos motivos é simples de entender: todos nós somos movidos por emoção e ela nos comanda desde o nascimento, em qualquer área ou atividade.

Vamos começar abordando a diferença entre "QI e QE". O primeiro é a quantidade de inteligência, ou quociente de inteligência. O segundo é o quociente emocional. O que está sendo desmistificado a cada dia, é que mesmo sendo inteligente (QI), você pode não conseguir gerenciar seus comportamentos, seu “eu”, e aí de nada vai adiantar o QI, fato que se comprova, por exemplo, pelo crescente número de demissões de pessoas com alta capacidade técnica e acadêmica, porém, detentoras de pouca habilidade emocional, além dos outros desastres emocionais que estão lotando programas de TV e redes sociais ao redor do mundo.

Para começar, é importante entender que emoção não se controla. Ela é inconsciente. Imagina você andando pela rua e vê alguém sendo assaltado, bem a sua frente. Algo vai acontecer no seu corpo que independe da sua vontade. São reações, você as querendo ou não. Portanto, o que podemos controlar não são as emoções, mas sim as consequências dela, ou seja, os comportamentos. Aí nasce a riqueza que a inteligência emocional nos proporciona.

Dominando as habilidades do QE, você passa a se dominar e desfrutar de incríveis vitórias na vida pessoal e profissional e essa é só “uma” das premissas que tornam tão preciosa essa competência.

Relacionamentos são prejudicados, injustiças são praticadas, pessoas sofrem, famílias são destruídas, homicídios e suicídios engrossam as estatísticas, aumentam as doenças psíquicas e físicas, além de tantos outros males. A maioria, infelizmente, por desconhecimento da profundidade da gestão emocional.

Pessoas fantásticas nos aparecem, seja num relacionamento conjugal, profissional ou de amizade e, por considerarmos apenas as "nossas" verdades, somos injustos conosco mesmos tomando caminhos errados e depois ainda nos sentimos culpados. Esse é o ciclo que torna esse mundo tão complicado.

Livre arbítrio sem inteligência emocional resulta em escravidão e sofrimento.

Crenças, traumas, autossabotagem. Somos um produto do nosso passado e muitos me perguntam sobre como os eventos do passado os afetaram ou ainda afetam. Existe uma ferramenta que localiza cada experiência negativa e escondida no seu inconsciente e em seguida a ressignifica. Essa terapia é realmente inovadora e altamente eficaz.

Colocamos expectativas nos outros e quando eles fazem algo que nos machuca, ficamos magoados. Aí trocamos, vamos em busca de novos horizontes, novas esposas, novos maridos, novas atividades, novos cenários. Vamos “cobrindo buracos” de nossa existência com outros buracos e aí acumulam-se empregos, namorados, maridos, esposas, dinheiro, bens, solidão, vícios, problemas, etc., e, paradoxalmente, nunca estamos satisfeitos...

“Seus maiores inimigos não estão fora, mas dentro de você.” (Augusto Cury)


(também publicado no Jornal de Piracicaba, em coluna do autor, dia 24/03/18)

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