SERÁ QUE EU PRECISO DE TERAPIA?


Erradamente, muitos buscam alguém que lhes dê colo ou permissão moral para irem em frente com suas ilusões, caprichos, ou que lhes entenda; alguém para assumir as consequências de seus atos, desastrados ou não. Infelizmente, na sociedade moderna, quem faz esse papel na vida dessas pessoas, são considerados “amigos de verdade”, entretanto, a situação apenas piora, pois ao invés de assumirem as consequências, eles simplesmente incentivam (conscientemente ou não), a continuidade desse círculo vicioso e não dão nenhum sinal de ajuda efetiva no processo e nas consequências, que indubitavelmente virão.

Um psicanalista vai agir exatamente ao contrário do que as pessoas que se relacionam com a gente agem. Ele facilita a abertura, o desabafo e, de forma eficaz, conhece melhor o cliente. Bons profissionais conseguem esta abertura e utilizam as melhores técnicas para as devidas transformações.

Uma técnica que vem ganhando espaço e surpreendendo pelos resultados efetivos e rápidos, é a Terapia Ericksoniana. Após a etapa de conhecimento, iniciam-se os procedimentos com a técnica, que atua principalmente no inconsciente do cliente, buscando o real lugar de onde brotam todos os problemas que refletem na vida (consciente) dele. E aí são feitas as transformações necessárias para resolver definitivamente o que precisa ser resolvido, na raiz e em definitivo.
Conjuntamente, o profissional funciona como um diretor de filmagem, que vai mostrando para o ator - de forma consciente e inconsciente - o que foi esquecido e não podia ter sido, o que precisa ser alterado, o que se evitou enfrentar e o que o está prejudicando, mas o cliente não tem consciência. O objetivo é o autoconhecimento, base para a felicidade verdadeira, juntamente com a “limpeza” ou o “ajuste” do que não está funcionando, ou está sendo a fonte de algum desvio, travamento ou problema, em vários âmbitos.

Quando recorremos a uma pessoa estimada, amigo ou colega para desabafarmos ou tentarmos resolver algo em nós, temos que ficar medindo as palavras e filtrando as informações, por mais que a pessoa seja próxima. Você não pode falar com um filho a maioria dos problemas que tem com a mãe dele, por exemplo. Você não pode falar com um amigo algo que de alguma maneira pode te prejudicar, mesmo porque segredos todos sabemos que dificilmente alguém guarda, além do mais, nunca se sabe o futuro... Você não pode contar certas situações pessoais, pois há enorme risco a você mesmo ou até à sua família. E o maior agravante é que, de qualquer forma, essas pessoas não tem a proficiência necessária para conhecer o que realmente precisa ser conhecido ou agir nisso.
O que ocorre é a intenção de desabafar e receber apoio  para ir em frente com seus caprichos. Entretanto, os amigos não conhecem detalhes profundamente necessários e consequentemente você não encontra ali o que realmente você precisa. Em razão disso, sai da conversa pior do que entrou. Ao voltar para casa descobre, ainda, que falou demais e fica preocupado em controlar o uso que seu confidente vai fazer do que você  lhe confiou. Por outro lado, eles, com meias verdades, passam a lhe dar sugestões que aumentam seus problemas, não por culpa deles, mas por estarem de alguma forma envolvidos com você - isto tudo somado ao agravante de não terem visão e conhecimento suficiente para tal desafio.

Infelizmente, vejo com tristeza inúmeros casos (e crescentes), revelando a frustração de pessoas já idosas ou em doença terminal, magoadas profundamente com elas mesmas por não tomarem providências na alteração de rotas que tomaram na vida, por desconhecimento de si mesmos ou dos próprios conflitos, por não acreditarem que precisavam se conhecer melhor, evoluir, ou mesmo por preconceito (que pasmem, ainda existe), de que terapia é coisa para “doidos”.


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