“Quando tomamos decisões pequenas, é vantajoso analisar os
prós e os contras. Nos assuntos vitais, a decisão deve vir do inconsciente, de
um lugar recôndito em nosso interior” (Sigmund Freud).
Intuição é dom? Existe inteligência intuitiva? Mas... quem
não tem, está fadado a decisões erradas? Muitas vezes nossas escolhas são
traiçoeiras... muitas vezes nem sabemos o que realmente queremos... e muitas
vezes achamos que tomamos a decisão certa, mas depois percebemos que as coisas
não saíram como pensávamos ou queríamos... E aí? Faltou intuição? Faltou
inteligência?
Enfim, o que faltou?
Intuição é um termo controverso na Filosofia, porque absorve
tanto o senso comum quanto o pensamento culto. Se de um lado denota uma antevisão
ou uma presciência, de outro nos dá o direito de agir com base no conhecimento.
E aí está a beleza e a sabedoria da filosofia, pois filosofar é um exercício e
exercitar a filosofia nos capacita para a intuição.
Como essa sequência é perfeita à luz dos que valorizam o
pensamento que abre as portas para o único caminho da verdadeira felicidade: a
liberdade inteligente!
Steve Jobs disse que a intuição é “mais poderosa que o
intelecto, mas não importa como a articulamos, todos nós sabemos intuitivamente
o que ela é”.
Você já ouviu falar em pessoas intuitivas?
Ser uma pessoa intuitiva significa ter uma capacidade inata
de sentir e perceber intuitivamente coisas que nem todos percebem.
Mas, então, essas pessoas são especiais ou privilegiadas por
isso? Não! Assim como elas, podemos dizer que todos nós temos esse “dom”. Intuição
é nata! O grande segredo é que cabe a você escutá-la ou não, para, então, tomar
as melhores decisões para sua vida.
Quantas vezes estamos prestes a fazer algo ou tomar alguma
decisão e “ouvimos” uma voz interior nos alertando para a decisão correta...
Quantas vezes, mesmo depois de tomarmos a decisão errada,
essa voz continua a nos alertar, e ainda tendo tempo de alterar a rota errada,
continuamos a nos sabotar...
Sabe aquela situação em que precisamos tomar uma decisão e
fica aquele pressentimento de que não vai ser uma boa ideia? Você já passou por
isso? Quantas vezes somos, de alguma forma, “alertados”, mas, na maioria das
vezes o que prevalece é a nossa vontade. E aqui cabe uma fundamental reflexão:
“vontade baseada em que?”...
Lembro-me de uma vez, ainda criança, quando estava na casa
do meu avô e vi um ninho de passarinhos. Decidi subir na árvore, mesmo sendo
alertado de não fazer e, ao pegar o ninho, foi algo tão mágico! Nunca tinha
visto filhotes de passarinho tão de perto. Mas a alegria durou pouco... um
deles caiu do ninho e morreu. Foi a pior coisa que poderia ter me acontecido,
afinal de contas, nunca mais me esqueci deste fato.
Com essa analogia, demonstro como muitas vezes agimos sem
dar o devido valor à nossa intuição, seja ela nata ou inteligentemente
construída (como muitos chamam, “inteligência intuitiva”).
É importante nos cercar de pensamentos racionais que nos
levam a tomar uma decisão, entretanto não devemos nos esquecer de que pensar
demais ou racionalmente demais pode levar nosso cérebro a uma “pane” que nos
empurrará fatalmente a uma decisão errada, sendo que os maiores exemplos disso
são as crenças limitantes, os traumas e os pensamentos voltados ao passado,
eliminando o dinamismo da vida.
Eu não tenho dúvidas de que, quando você se depara com a
necessidade de uma decisão importante, a intuição venha lhe dar uma posição. A
partir daí caberá a você segui-la ou não, através dos benefícios que você
precisa saber extrair da inteligência intuitiva.
Razão e emoção. Mas, não obstante, vem a intuição ser o
equilíbrio sensato e a decisão inteligente. Pense, mas não o bastante para se
sabotar. Entenda a importância do entendimento e do uso correto da intuição,
pois isso certamente mudará por completo o rumo da sua vida.
(artigo publicado também no Jornal de Piracicaba do dia 30 de julho de 2016)
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