Na folha ou na raiz?

       "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.  Quem disse isso foi Albert Einstein, considerado um dos homens mais inteligentes do mundo. Se você reparar bem, perceberá que o mundo é igual a um grande teatro. Existem os que assistem e os que atuam. E, se você continuar refletindo mais a fundo nessa analogia, também se surpreenderá ao ver que há muitos que apenas assistem mas assim mesmo esperam os “aplausos” que são dados aos que atuam. Como também há os que atuam mal ou sem a entrega e a responsabilidade devida e acabam “merecendo” apenas peças sem relevância ou então perdem seus papéis, além de influenciarem negativamente “outros atores”, amigos, parentes e a própria “plateia”...

            Há um famoso provérbio latino que diz: “Volenti nihil difficile”, ou seja, “a quem quer, nada é difícil”.

    Infelizmente, é assustador o número de pessoas que estão se desencontrando de si mesmas e da vida, situação (também) agravada pelo cenário psíquico que o mundo atual vive. Mas, dando “cor e vida” ao provérbio, é preciso que haja a pergunta: “o que eu quero?” E então, prossiga... “quero o palco ou a plateia?” E continue essa viagem nesse lindo caminho reflexivo sobre você, pois garanto que não há reflexão mais saudável e certamente você chegará a esta conclusão...

         O grande problema que não nos deixa ser felizes é o simples fato de colocarmos obstáculos no caminho da nossa felicidade. Analise com calma: muitas pessoas “sucumbem”, mas outras “impulsionam” suas vidas quando surge um problema. Sei que é difícil entender que um “problema” pode ter dois lados, o positivo e o negativo, mas essa é uma das grandes verdades desse Universo e somente o grau de autoconhecimento e de amadurecimento psíquico pode facilitar esse magnífico processo de evolução pessoal.

            Paulo Coelho conta uma história que ajuda a ilustrar com eficácia nosso tema de hoje:

            “Um ancião índio norte-americano, certa vez, descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:

- Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom, e eles estão sempre brigando.

Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu:

- Aquele que eu alimento mais frequentemente”.

            Caros leitores, o mundo de hoje “respira” resultados rápidos, entretanto, ineficientes e pobres em conteúdo na última linha, por consequência natural. As pessoas querem informação, mas não tem “paciência” para buscar o conhecimento. A reflexão - aliada à honestidade e ao conhecimento – bem como as tomadas de decisão com base nesse potente conjunto, estão cada dia perdendo espaço para o imediatismo, para o foco nos interesses pessoais ao invés do coletivo, para a falta de ética, para a pobreza intelectual e psíquica, tanto de pessoas que estão no palco quanto de pessoas que estão na plateia.

            Reflita no que Einstein disse e entenda que não dá para chegar a qualquer resultado diferente na sua vida se você não mudar hábitos, não pensar diferente. Se algo está acontecendo de maneira errada ou insatisfatória para você, mude a rota, faça diferente e se preciso, busque ajuda profissional. Não há outra forma de vencer. Ou você prefere ficar “assistindo” sua vida passar? Ou prefere ficar “reclamando”, achando que isso fará algo mudar em você ou no mundo?

            Uma das terapias mais modernas, que mais vem ganhando espaço e trazendo expressivos resultados onde é utilizada, é a Terapia Ericksoniana, criada por Milton Erickson, Psiquiatra americano considerado autoridade mundial no assunto e, então, para finalizar o raciocínio deste artigo, vou utilizar um dos fundamentos dessa terapia que é a “solução dos problemas na raiz deles” (o único lugar onde é possível a real e verdadeira solução), através, claro, de várias técnicas impressionantemente inteligentes, abrangentes e eficazes, que o legado de Milton nos deixou.

Se hoje você estiver no palco da sua vida, reflita sobre sua atuação. Se você estiver na plateia, tome a decisão de tomar ou de retomar as “rédeas” da sua vida e da sua história “atuando”, e receba de presente a verdadeira felicidade e a verdadeira realização, se tornando um exemplo para o Universo e aí sim deixando um belo legado.

Mas não siga pelo mesmo caminho, faça diferente - como Einstein mostrou - e não atue nas “folhas”, vá na raiz - como Milton Erickson ensinou.








(artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, dia 12 de novembro de 2016)

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