Um
homem muito forte conseguia levantar uma enorme vaca por cima dos ombros, para
espanto de quem assistia. Todos perguntavam como que ele conseguia realizar
aquilo, mas ninguém sabia responder. Diziam apenas que ele era um homem forte.
Entretanto, uma pessoa não se conformou e foi além. Chamou o homem e perguntou
o possível “segredo”. O homem simplesmente respondeu: "Eu tenho levantado
esta vaca aqui todos os dias, no mesmo lugar, mas as pessoas não se importavam
e nem davam bola, pois a vaca era só um bezerro e eles não achavam isto nada de
tão extraordinário”.
O
fato, caro leitor, é que normalmente as pessoas sempre reparam e se lembram das
grandes realizações, mas não reparam ou se lembram de tudo o que foi preciso
fazer e vencer para se chegar até lá.
Tenho insistido em falar sobre crenças, porque a cada dia
vejo mais o poder que esta palavra tem na vida das pessoas. O que se é ou o que
se tem é fruto do que você acredita e, de maneira direta e consequente, tudo o
que fazemos é o retrato fidedigno das nossas crenças.
Tenho
ouvido muitas histórias de pessoas que simplesmente perderam seu brilho ou pelo
menos alguns deles, por “colocarem vida” no que ouviram de outras pessoas,
próximas ou não.
Infelizmente
temos pais que, sem maldade ou esclarecimento, colocam crenças perigosas na
mente de seus filhos pequenos (e até grandes). Temos também amigos, irmãos,
colegas de trabalho ou de escola, conhecidos, etc., que – com maldade, inveja
ou não – descarregam seus “lixos emocionais” no primeiro que aparece que, “por
acaso”, pode ser você, e que, se não estiver preparado, “compra” a ideia e a
“crava” para o resto da vida, acumulando transtornos e doenças, se não tiver a
coragem e a perseverança de buscar ajuda para romper com esses processos.
“Quem
não critica o que crê não lapidará suas crenças, quem não lapida suas crenças
será servo de suas verdades. E se suas verdades forem doentias, certamente será
uma pessoa doente.” (Augusto Cury).
É
preciso lapidar crenças, como Cury observa. Ter liberdade é, principalmente,
saber dizer não. É saber criticar a si próprio e mudar o curso dos acontecimentos
e dos sentimentos, quando necessário.
Falando
nisso, reflita: por que as crianças são tão alegres, vivas, otimistas, sinceras,
sonhadoras, realizadoras, mas os adultos - em sua maioria - quanto mais o tempo
vai passando, mais vão ficando rabugentos, pessimistas, reclamões, negativos e
aí por diante?Somos
um produto do nosso passado; refletimos hoje o que registramos e acreditamos
até agora, na linha do tempo. Porém, grave isso: o grande triunfo do ser humano
consiste em “alterar o que não lhe interessa ou aprisiona”. E é raro quem tem a
coragem para abrir a mente e mexer nisso.
Henry
Ford um dia disse: “Se você pensa que pode ou pensa que não pode, de qualquer
forma você está certo”.
As
crenças limitam o ser humano, pelo simples fato de que ele, por mais que esteja
convicto da realidade que está vivendo, não sabe que “por trás” trabalha um
poderoso e complexo sistema de crenças e valores. Então, a realidade é
“percebida” sob o ângulo das informações que recebemos durante nossa
existência.
A
impressionante sabedoria de Jesus Cristo já nos orienta sobre isso há muito tempo,
quando Ele conta a parábola do joio e do trigo (Mateus 13, 36-43). Nessa
parábola, Ele fala sobre um homem que semeou trigo em sua plantação, mas veio
um inimigo e colocou junto sementes ruins (joio). Os empregados dele queriam
arrancar o joio, mas o homem pediu para deixarem crescer até chegar o ponto de
observarem o que era trigo e o que era joio, pois se fizessem isso antes
poderiam arrancar o trigo junto com o joio. Que preciosa, profunda e atualíssima
lição!
A
liberdade e o prazer de viver (reais e não utópicos) só acontecem efetivamente quando
você começa a se enxergar além dos condicionamentos distorcidos que a vida lhe
proporcionou, tomando as rédeas dela em função do “poder” que recebe, que nada
mais é do que resultado do autoconhecimento.
Quando
você chega nesse estágio, carrega o peso que for e chega onde quiser, simplesmente
porque sabe (profundamente) quem realmente você é, o que quer e o que precisa
ser feito para ter ou ser o que quer, sem interferências negativas, se tornando
- além de vitorioso - um verdadeiro guerreiro de suas convicções e um ser
humildemente superior.
(Artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, edição do dia 25 de fevereiro de 2017, em coluna semanal do autor)
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