“A
formação do caráter é a obra mais importante que já foi confiada a seres
humanos e nunca no passado seu cuidadoso estudo foi tão importante como hoje.
Jamais qualquer geração prévia teve de enfrentar aflições tão intensas; nunca antes
rapazes e moças foram confrontados por perigos tão grandes como hoje”. (Ellen
G. White).
Adolescência. Que fase complicada para nós, pais! Por
outro lado – infelizmente - o que não se fala muito e precisa ser melhor
compreendido, é que, para os adolescentes, as coisas são mais complicadas
ainda! Como explicar pais que não enfrentam problemas com
filhos nessa fase? E, paradoxalmente, por que as estatísticas sobre suicídio de
adolescentes crescem? Por que tantos pais chegam a entrar em depressão por
causa dos filhos? Por que escolas e pais se desentendem cada vez mais quanto a
esse assunto e, indo mais além, o que as notas baixas na escola tem a ver com
tudo isso? Como dar a melhor educação aos nossos filhos? E o peso das
influências, dá para mensurar e prevenir adequadamente? Para começar, vamos entender melhor a adolescência. Isso
é básico para qualquer raciocínio a respeito. Essa fase carimba a passagem da infância para a idade
adulta. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adolescência começa aos 10
anos e termina aos 20 anos. Tudo muda nessa fase (corpo, mente) e, como as
coisas acontecem concomitantemente, nossos filhos passam por uma enxurrada de
conflitos. E é isso que muitos pais não entendem...
Mas nem todos os pais e adolescentes sofrem assim,
porque cada um tem sua história e experiência. Em famílias onde há carinho,
atenção, diálogo, preocupação, intimidade e confiança, o processo envolvendo a
adolescência é bem mais leve, qualitativo e tranquilo.
Há também
outros fatores a considerar, entre eles o famoso “limite”. Adolescentes crescem
fisicamente e querem independência, mas é preciso lembrar que autonomia caminha
de mãos dadas com a responsabilidade! Se o jovem não dá conta de seus deveres,
da arrumação do seu quarto, dos compromissos escolares, etc., não pode
reivindicar proporcionalmente sua “autonomia”. Aliado a isso, pais precisam
entender o valor de suas responsabilidades no processo de desenvolvimento dos
filhos e não apenas “terceirizar” ou “colocar desproporcionalmente o peso nas
costas deles”, mesmo porque eles ainda não são adultos; as necessidades precisam
ser atendidas até que eles amadureçam gradativamente e em cada assunto.
Esse
é um dos processos mais lindos e estimulantes da educação! O fato é que, se o
jovem conquista uma autonomia que não está alicerçada em equivalente
responsabilidade, o psíquico cria um valor equivocado que resulta em atitudes
desalinhadas e problemáticas, distorcendo a relação do jovem com a realidade, o
que explica tantos problemas enfrentados por pais e adolescentes atualmente.
Pais
devem entender a Escola como parceira e lembrar que educação é uma coisa,
escolarização é outra! Quer que seu filho se dê bem no
comportamento e nas notas escolares? Esteja junto nas tarefas, auxilie e
acompanhe a vida escolar dele.
E as
influências? No mundo em que vivemos, a educação simplesmente está nadando
contra a correnteza e é principalmente na adolescência que eles querem se
enturmar, buscar novas amizades, uma vez que isso ajuda a minimizar os efeitos
da transição, por vezes tão dolorida. Eu sempre digo que não vale a pena sermos
“ditadores” nessa questão e sim fazer o jovem “pensar”. Muitas vezes nós pais
seremos assertivos na percepção de uma determinada amizade a qual nosso filho
esteja se envolvendo, mas (exceto absurdos ou perigos eminentes), não podemos
“definir” o que nossos filhos podem ou não sentir. Para isso e para todos os aspectos aqui
tratados, além, claro, de ficarmos sempre atentos, precisamos despertar a
atenção deles para os fatos - e possíveis consequências... Precisamos estar
juntos, participativos, compreensivos, amigos, respeitando limites e
sentimentos. Isto, além de tudo, balizará seu filho para outras futuras tomadas
de decisão e escolhas que ele terá que fazer na vida.
"Ensina
a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se
desviará dele!" (Provérbios 22:6).
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