Críticas

Muitos me procuram relatando grande dificuldade em administrar críticas recebidas. Tenho ensinado algumas técnicas, tanto para pessoas quanto para empresas, que proporcionam – além de um olhar inovador – a solução para as dificuldades e para os verdadeiros traumas detonados por críticas eventualmente recebidas.

Logicamente que este artigo não encerrará o assunto, em função de sua complexidade e por tratarmos de pessoas, o que impossibilita uma receita pronta e que sirva para todos. A heterogeneidade não permite isso. Portanto, mostrarei caminhos, entendimentos e pistas que serão a “porta de entrada” para uma vida bem melhor, sem as terríveis “sombras” que estragam a vida pessoal ou profissional de tanta gente, em função das críticas.

“Há apenas uma maneira de não receber críticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada”. (Aristóteles)

Bela frase, mas se você não cria e gerencia a força necessária para - em detrimento de qualquer crítica – fazer, dizer e ser, a frase permanece apenas bela, mas sem qualquer efeito. É exatamente por causa disso que tudo na vida é medido pela junção equilibrada entre conhecimento e comportamento. Quer um exemplo que se ajusta a isso? Certamente já ouvimos muitas vezes (e até dissemos para nós mesmos) aquela frase: “Não ligue para as críticas”, ou “falando bem ou mal, que falem de mim”, ou tantas outras... O problema é que, lá no fundo de nós mesmos, o sentimento não é bem esse e na maioria dos casos, é instalado um “vírus” que vai nos massacrando aos poucos e trazendo tanto desconforto - até doenças.

Você faz, diz e é o que quer fazer, dizer ou ser? E vou além: sem se preocupar ou sem ser afetado (realmente) por qualquer crítica que possa receber?

Neste tema ou em qualquer outro, perceba o significativo paradoxo entre conhecimento e comportamento. Temos pessoas que sabem muito, mas de longe se comportam em sintonia com o que sabem, assim como temos pessoas muito bem informadas, mas se formos a fundo em determinado assunto com elas, a conversa não conseguirá ultrapassar os dois primeiros minutos, exatamente pelo fato de que informação não é conhecimento. Vivemos num mundo em rede e conexão é palavra chave neste contexto. Se o que você “sabe” não se conectar gerando conhecimento, você apenas será alguém “muito bem superficialmente informado”. E não se esqueça, mesmo que você tenha conhecimento e esteja perfeitamente integrado ao mundo “em rede”, mas não transformar seu conhecimento em comportamento, viverá numa perfeita incoerência com você mesmo e com o mundo.

A profundidade da frase de Aristóteles nos remete à reflexão que proponho hoje. Qual nosso estágio nesse processo? E depois desse entendimento, então, podemos seguir com a pergunta: “Críticas, o que elas causam em nós?

Umas das técnicas que utilizo em minhas palestras, aulas ou atendimentos, quando falo sobre críticas, é a do “fluxograma”. Ao receber uma crítica, critique-a, imediatamente. Não reaja. Entenda o contexto. Entenda o motivo, o cenário, o ambiente, o histórico, a pessoa, os fatos. Você! E para isso existem ferramentas. Depois, faça a limpeza, ficando com o que te ajudará a evoluir e, se nada da crítica contribuir para isso, simplesmente jogue tudo na lixeira e página virada.

Sábios sabem a hora de olhar com outros olhos e transformar negatividade ou problema em oportunidade ou solução. Quem entende a frase de Aristóteles não hesita em afirmar que toda e qualquer crítica pode ser bem vinda. Sabe porquê? Porque pode te ajudar a melhorar! Pode te fazer maior do que você já é! Pode ser mais um degrau para o seu sucesso! Mesmo que a intenção tenha sido a que chamamos de “crítica destrutiva” e independente da fonte, desde que você utilize a técnica do fluxograma, que tem transformado a vida de pessoas e os resultados de empresas, ensinando a criticar e a receber críticas, fator crucial para feedbacks, acordos, melhorias em processos, treinamentos eficazes e comunicação assertiva, além do mais importante: a paz, o controle e o equilíbrio interno que tanto precisamos.




(artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, edição do dia 02 de setembro de 2017, em coluna semanal do autor)





Comentários