Você
já teve algum pensamento proibido? Talvez algum considerado “anormal”? Quem
sabe então desejos que dificilmente você teria coragem de revelar? Se você já
teve algum deles, certamente esses “acontecimentos” te trouxeram desconforto,
não é mesmo? A dualidade proposta pelo ético e o não ético provoca reações negativas
em qualquer ser humano. O desconforto é produzido pelo conflito gerado por esta
dualidade e este processo não poupa ninguém. O diferencial está no
gerenciamento dele, que, quando não feito ou mal feito, traz vários tipos de
consequências.
Antes
de mais nada, é preciso entender que pensar é algo muito diferente de fazer. Já
imaginou tudo o que você desejar se tornando realidade? Quantas pessoas você já
teria assassinado? Quantas vezes você já teria acertado a mega sena?
Nossos pensamentos, muitas vezes, nos deixam
envergonhados e até nos fazem sentir culpa. A reação imediata é afirmar que
eles não existem, tentamos evitá-los e até exorcizá-los de nossa mente. O fato
é que não conseguimos e eles permanecem lá e, quanto mais tentamos nos livrar
deles, mais eles avançam, vitoriosos...
Pensar é algo bem diferente de fazer. A força do
pensamento não age sozinha, mesmo que alguns ainda pensem assim. A vida é
dinâmica e, portanto, pensamentos seduzem, emocionam, impulsionam, dão energia,
mas o que faz as coisas acontecerem são as atitudes, as ações, a prática. Claro
que os sonhos e os pensamentos são motivadores, orientadores e condutores das
realizações, mas é preciso saber colocar cada coisa no seu lugar.
De
um modo geral, as pessoas não são boas ou más apenas por terem desejos
proibidos, pensamentos agressivos ou, por outro lado e até paradoxalmente,
terem atitudes de carinho e afeto. Todos possuem esse conjunto adverso e
abrangente, afinal, somos seres humanos, recebemos o dom do pensar e temos,
portanto, uma capacidade enorme de criar, imaginar. Para o bem e para o mal...
A
reflexão de hoje nos convida, portanto, ao entendimento e ao gerenciamento do
limite e do equilíbrio quando tratamos do conjunto pensamento e atitude,
fantasia e real. Exponho, portanto, aqui, alguns sinais e alertas de possíveis
quadros que estão a caminho de se transformarem em problemas ou que já se
transformaram em problemas, nos mais diversos níveis: se você está confuso
nesse entendimento ou não está conseguindo gerenciar esse limite ou esse
equilíbrio, ou seja, se o real e a fantasia não estão nos lugares que precisam
estar; se está havendo dificuldade de controlar o que se pensa e o que se faz,
ou se a culpa está trazendo sofrimento e algum desajuste (ou o sinal dele); se
os seus desejos, pensamentos e ações estão de alguma forma atrapalhando sua
rotina ou invadindo os direitos e a liberdade de outras pessoas, é hora de
buscar ajuda profissional. Desejos e pensamentos devem ir somente até onde você
quer que eles vão. O poder deve e precisa estar com você.
“Você não se torna iluminado imaginando
figuras de luz, mas sim ao tornar a escuridão consciente. Porém, esse
procedimento é desagradável, portando, não popular.” (Jung)
Comentários
Postar um comentário