Sapos

Veja que história surpreendente. Dois sapos caíram em um poço muito fundo. Outros sapos, vendo a profundidade do poço, trataram de falar para os dois sapos que eles iriam morrer lá. Os dois sapos ignoraram os comentários e tentaram insistentemente sair do poço. Mas os outros sapos continuaram falando para eles pararem, pois não conseguiriam sair de lá. Até que um dos sapos desistiu. Entretanto, o outro continuou tentando escapar, mesmo com todos os outros sapos insistindo para ele também desistir. Mas... ele continuou saltando com mais força ainda e finalmente conseguiu escapar do poço. Os outros sapos então questionaram: "Você não nos escutou?" E o sapo sobrevivente mostrou a todos que era surdo e imaginou, enquanto estava lá embaixo, que os sapos estavam incentivando-o o tempo todo!

Tenho certeza de que você já consegue adivinhar a lição dessa história. O sapo que desistiu foi consumido pela sua própria dúvida com base no que os outros estavam falando. Portanto, essa é uma eficaz analogia para entender que nossas crenças têm um peso enorme na construção do nosso destino. Elas têm o poder de mudar nossa realidade (ou nos amarrar nela).

Quem de nós já não foi derrubado por algum “sapo”? Quem de nós já não desistiu de alguma coisa por causa de um deles? Talvez alguns sapos já nos tiraram de alguma rota de sucesso! Outros até nos levam a duvidar do nosso potencial...

Será que você já não deixou de fazer algo que queria por medo do que os outros iriam pensar? Ou, então, sentiu que deveria fazer o que eles esperavam, caso contrário, perderia a aprovação dos que lhe cercam? Neste momento fica clara a necessidade de cuidar com carinho da autoestima. Ser livre, interna e externamente.

A propósito, falando dos que “lhe cercam”, tenha o cuidado de procurar estar sempre ao lado de quem te eleva, te ajuda, de quem é positivo, de quem faz o que tem que ser feito ao invés de arrumar desculpas ou reclamar. Observe ao seu redor quem realmente se alegra com sua alegria. Observe ao seu redor quem realmente vibra com suas vitórias. Observe ao seu redor quem tem a preocupação genuína de te ajudar quando você precisa. Simule na sua mente situações onde você esteja em situações ruins e reflita como agiriam algumas pessoas que se dizem amigos ou até são familiares seus. Como seria o comportamento deles e a relação deles com você quando você entrasse em alguma crise (financeira, emocional, saúde, etc.). Simule, reflita, pontue situações, das mais variadas. Faça até testes reais se a dúvida persistir ou se for o caso. O fato é que você precisa ficar longe de quem não te ajuda a evoluir, de quem não se interessa efetivamente por você, de quem pode estar ao seu lado interessado apenas no “cenário atual” da sua vida. E preste bastante atenção aos recados que o Universo nos passa dia a dia, seja na sua casa, no seu bairro, nos meios de comunicação, no seu trabalho, no seu lazer, nos seus relacionamentos, nas pessoas que você acredita (sejam pessoas de expressão nacional, mundial, próximos, distantes ou anônimos). E faça a pergunta: “será que devo mesmo acreditar neles?” Sempre digo: reflexão é uma mistura inteligente entre dúvida e crítica. Treine isso. É preciso saber filtrar tudo, cada vez mais e isso não é tarefa fácil, porém, se não for bem feita, o resultado será fruta podre misturada no cesto da sua vida e indubitavelmente ela vai estragar as frutas boas, mais cedo ou mais tarde. Muitos já encontraram a chave destes ajustes e também já aprenderam a usar o filtro através da terapia, que, além de tudo isso, te deixa centrado e forte, porque te ajuda a desvendar o segredo e o valor do autoconhecimento, que gera autocontrole, e - por consequência - autodomínio, evolução, bem estar emocional e físico.

“Mantemos reserva para com o desconhecido, esquecendo que não nos conhecemos a nós mesmos.” (Carlos Drummond de Andrade)




(também publicado no Jornal de Piracicaba, dia 16/09, em coluna semanal do autor)

Comentários