Terapia: coragem e amor próprio


“Os problemas nunca vão desaparecer, mesmo na mais bela existência. Problemas existem para serem resolvidos, e não para perturbar-nos”. (Augusto Cury).

Infelizmente (e daí vem uma das causas do avanço das doenças emocionais), ainda existe muito preconceito com relação ao assunto de hoje, com causa proporcional à falta de conhecimento sobre ele. A saída? Conhecimento.

Se você se sente oprimido, travado ou não está “funcionando” direito, certamente está precisando de ajuda e, quanto mais cedo procurar, mais fácil será a solução do problema.

Há os que buscam essa ajuda em alguém que lhes dê colo ou permissão moral para irem em frente com suas ilusões, caprichos ou que simplesmente os ouça; alguém para assumir as consequências de seus atos, desastrados ou não. Infelizmente, na sociedade moderna, quem faz esse papel na vida dessas pessoas, são até considerados “amigos de verdade”, com a perigosa “ajuda” do lado utópico das redes sociais. Entretanto, a situação apenas piora, uma vez que este círculo vicioso é incentivado, sem qualquer ajuda efetiva e técnica no processo e nas consequências, que indubitavelmente virão.
O terapeuta funciona como um diretor de filmagem, que vai facilitando a descoberta e  indicando para o ator o que foi esquecido e não podia ter sido, o que precisa ser ressignificado, o que se evitou enfrentar e o que o está prejudicando, mas não há consciência, juntamente com a “limpeza” e o “ajuste” do que não está funcionando ou está sendo a fonte de algum desvio, travamento ou problema, em suas várias abrangências. Ele vai ajudar na busca da verdade e do autoconhecimento, base para a felicidade verdadeira.

A terapia vai facilitar a abertura, o desabafo e, de forma eficaz, fazer a pessoa se conhecer melhor e encontrar nela mesma as soluções. Bons profissionais conseguem esta abertura e utilizam as melhores técnicas para as devidas transformações, uma vez que não se tem sucesso neste processo sem a junção do amor com a técnica, portanto, é fundamental a acolhida, a sintonia, além da sensibilidade para entender realmente a dor de quem está precisando de ajuda. Lembre-se que procurar ajuda é um sinal de coragem, amor próprio, maturidade, mas, infelizmente, o preconceito mistura-se com a falta de conhecimento, fazendo com que muitos deixem de se beneficiar deste trabalho, pois, participar deste processo (pasmem), ainda é considerado "coisa de louco", entretanto, na verdade, é exatamente a alienação de si mesmo que provoca a base dos conflitos internos, que abrem caminho para tantos problemas emocionais.

Infelizmente, vemos com tristeza inúmeros casos (crescentes) que revelam a frustração de pessoas já idosas ou em doença terminal, magoadas profundamente com elas mesmas por não tomarem providências na alteração de rotas no decorrer da vida, por desconhecimento de si mesmos ou dos próprios conflitos e por não acreditarem que precisavam se conhecer melhor, evoluir, ou mesmo por preconceito ou vergonha.

 “Você não se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas sim ao tornar a escuridão consciente”. (Carl Jung)

(Artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, dia 11/08/18, em coluna do autor)




Comentários