Autoengano é o
que chamamos de “processo inconsciente de autodefesa”. O cérebro utiliza deste
artifício para reagir a várias emoções, medo ou ansiedade causados,
principalmente, por um conflito entre o que pensamos ser, o que queremos ser e
o que efetivamente somos ou fazemos.
Quando alguma
crise aparece, podemos nos entregar a ela, podemos encontrar oportunidades nela
ou podemos nos enganar. Reforço sempre que o prejuízo em não saber gerenciar
isso é poderoso... Explico.
A negativa é
um bom exemplo para começarmos. Quando você diz ao seu filho para “não fazer
isso”, tenha certeza de que a probabilidade do “fazer isso” aumenta. Podemos
citar aqui inúmeros exemplos do dia a dia, ou de campanhas fracassadas de
marketing ou até rupturas em relações interpessoais e queda no desempenho
profissional.
E se eu te
pedir agora para “não pensar num carro amarelo”. Em que você pensou? Nosso
cérebro simplesmente não entende o “não” e por isso busca o que vem depois deste
“não”.
O convite que
faço ao meu leitor é que utilize essa analogia para entender que, quando somos
“presenteados” com um cenário ruim ou entramos em algum conflito interno,
podemos revertê-lo num cenário bom que virá depois, mesmo porque, sem perceber,
produzimos neste instante um grande volume de combustível que nos faz ir
adiante, superando, evoluindo. Vá além do “não”, tendo uma comunicação e uma
atitude positiva. Por exemplo: ao invés de “não vou pensar mais nessas
besteiras”, utilize: “vou pensar em coisas alegres e produtivas”, e assim por
diante.
Entretanto, podemos também nos enganar e
encontrar desculpas, justificativas para que, aquilo que precisa ser realmente
feito por nós (iniciativa, mudança, saída da zona de conforto) não seja feito.
E neste caso nosso cérebro nos envia a “saída” enganadora, onde buscamos
“culpados”, jogando em outras pessoas ou situações, a nossa própria
responsabilidade.
Quando gerenciamos
nossas emoções no momento de crise, aumentamos o ângulo de visão, ganhamos
sabedoria e força para começamos a vivenciar as oportunidades que se escondem
nos problemas. Isto sim é poder. Isto sim é liberdade.
Portanto, não
importa o que acontece com você. O que importa mesmo é como você reage e como administra
as situações que vive.
É triste ver tantos pais optando
por culpar a Escola ou até os próprios filhos pelo mau desempenho ou até pelo
mau comportamento deles, do que cumprirem seu papel efetivo e real na educação
e na vida escolar de quem eles são “responsáveis”. De que adianta culpar o governo
pela impunidade e querer levar vantagem em detrimento de outros, por exemplo, em
algum imposto, débito ou obrigação? E temos tantos exemplos neste assunto...
Enfim, o fato é que é mais prazeroso (e enganador) não fazer o que tem que ser
feito e culpar terceiros... Na era da terceirização das responsabilidades, essa
é a regra.
Quanto mais conseguirmos nos
aprofundar em nossas verdades, vontades e necessidades, mais equilibrada,
fortalecida e livre ficará nossa mente.
Não se esqueça, caro leitor, que a
mente transforma em doença tudo o que ela não consegue resolver ou equilibrar,
mesmo porque “Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você
faz estão em harmonia”. (Mahatma Gandhi).
(Também publicado no Jornal de Piracicaba, em coluna do autor)
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