Você sabe receber críticas?

Certamente já ouvimos muitas vezes (e até dissemos para nós mesmos) aquela frase: “Não ligue para as críticas”, ou “falando bem ou mal, que falem de mim”, ou tantas outras... O problema é que, lá no fundo de nós mesmos, o sentimento não é bem esse e na maioria dos casos, é instalado um “vírus” em nosso inconsciente que vai nos massacrando aos poucos e trazendo desconforto, angústia e as consequentes doenças psicossomáticas.

Muitos me procuram relatando grande dificuldade em administrar críticas recebidas. Tenho ensinado algumas técnicas, tanto para pessoas quanto para empresas, que proporcionam – além de um olhar inovador – a solução que evita os traumas detonados por críticas eventualmente recebidas, abrindo as portas para uma vida bem melhor, sem as terríveis “sombras” que estragam a vida pessoal ou profissional de tanta gente.

Você faz, diz e é o que quer fazer, dizer ou ser? E vou além: sem se preocupar ou sem ser afetado (realmente) por qualquer crítica que possa receber?

Antes de mais nada, é importante estarmos conscientes de que não somos perfeitos, por isso precisamos estar em construção constante. Aristóteles, grande Filósofo Grego, aluno de Platão e mentor de Alexandre, o Grande, disse: “Ninguém erra voluntariamente”. Essa frase traz grandes ensinamentos, que também uso nos meus atendimentos, uma vez que não vejo a Terapia separada da Filosofia.

Observo com preocupação muitos sendo influenciados negativamente por não terem um “filtro” inteligente entre o que se fala e o que se é realmente ou o que há por trás motivando aquela crítica ou até mesmo aquela informação, quando tendenciosa ou repetitiva. “Aquilo realmente serve para mim?” Esta é a reflexão que devemos fazer. E se não serve, esqueça e continue vivendo normalmente!

Para toda crítica deveria haver uma sugestão, uma proposta que seja do crítico em pelo menos tentar ajudar efetivamente na solução ou na melhoria. E este “crítico” no lugar daquela pessoa que está criticando, como agiria? A crítica destrutiva, normalmente, vem “sozinha”, talvez porque quem critica esteja com problemas e precise apenas despejar seu “lixo emocional”, seu ódio, rancor, mágoa ou inveja em outra pessoa ou situação e, com isso, terceiriza o problema. Só que na verdade, esta pessoa está apenas contribuindo para aumentar a bola de neve de seus próprios problemas emocionais. Crítica, quando destrutiva, e mesmo a negatividade, não colaboram em nada com a construção de pessoas melhores e de um mundo melhor. E o que acontece de bom? E as boas notícias? E os bons exemplos? Estão sendo “incluídos”? Positividade é imprescindível para qualquer coisa melhorar.

Seguindo nesta mesma linha evolutiva, trago uma célebre frase de Jung: “Tudo o que nos irrita nos outros pode levar-nos a um entendimento de nós mesmos”. Veja, caro leitor, que, ao mesmo tempo em que precisamos gerenciar as críticas que recebemos, Jung nos convida a prestar um pouco mais de atenção ao outro lado, ou seja, a quem está nos criticando, pois estas pessoas se revelam ao fazerem críticas e “esclarecem” muita coisa dentro de nós...

Sábios sabem a hora de olhar com outros olhos e transformar negatividade ou problema em oportunidade ou solução. Críticas (desde que você pratique o que orientei aqui) podem te fazer maior do que você já é; oportunidades para mais um degrau na sua evolução.

(Artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, edição do dia 25/05/19, em coluna do autor)







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