Num mundo onde o vazio está preenchendo cada vez mais os espaços, não é difícil entender porque as mortes por depressão cresceram 705% nos últimos dezesseis anos (Fonte: Estado – Datasus).
São muitas as causas dessa
terrível doença – inclusive genética – entretanto, para as outras, digo
seguramente que o uso do livre arbítrio tem papel protagonista.
O agravante é que há uma
tentativa clara de sistematização da doença e de suas consequências, aliada a
uma paradoxal falta de atenção ao assunto. Enquanto isso, toneladas de remédios
são comercializados (e em muitos casos são necessários sim, mas nunca devemos
esquecer que remédio não cura depressão e qualquer administração de medicamento
deve vir acompanhada de terapia), entretanto, em proporções cada vez maiores,
se encontra também o número de doentes, em estágio inicial ou terminal, não
sendo poucos os que acham que são imunes.
São muitas as formas de diagnosticar
e curar depressão, ansiedade, medos, traumas, obsessões e outros males, desde
que elas sejam trabalhadas numa terapia especializada e sob medida - pela
complexidade do assunto e considerando as particularidades de cada ser humano, história,
crenças e potencialidades; ser humano que se preocupa cada vez mais com seu
corpo e cada vez menos com seu espírito; valoriza cada vez mais o que tem e
cada vez menos o que é ou deva ser. Tempo é algo que se conquista, mas que
depois se joga fora, através de diversões, pessoas ou atividades sem sentido,
conteúdo ou resultados que gerem conteúdo ou evolução. E o (até) imperceptível
acúmulo disso é fatalmente nocivo.
Ter um plano de saúde ou de
previdência é amplamente divulgado, mas ter um plano de vida coerente e consistente
é coisa irrelevante... E as emoções? Como entendê-las, gerenciá-las? Como
desenvolver a inteligência emocional? Considero inevitável, então, entrar um
pouco mais a fundo nesta abordagem (gerenciamento da emoção), que considero a
fonte da maioria absoluta dos problemas das pessoas.
O filósofo alemão, Friedrich
Nietzsche, disse: “Um bom par de óculos, por vezes, basta para curar paixões."
O que Nietzsche aborda tem tudo a ver com “apego”. Para muitos, seria
antagônico, mas você é muito mais feliz e realizado quando quer sem precisar,
ou seja, quando está desapegado.
O jogo da vida funciona bem
melhor com essa atitude. É ótimo “querer” e desejar algo, mas alguns se apaixonam
por seus desejos e a vida - sem a realização deles - já não vale mais a pena, porque
aí reina a atitude de “precisar”, se apaixonar por seus desejos, em vez de
apenas “querer”.
O que Nietzsche recomendou é
que, se você observar as coisas como elas realmente são (nem mais nem menos),
você nunca vai ficar doente por elas, ou sofrer! Forte, real e imprescindível
para quem realmente quer evoluir e ter domínio de si próprio.
Acredite: nossas percepções
tem o poder de mudar a realidade, porque elas (as percepções) fazem algumas
coisas parecerem muito melhores do que elas verdadeiramente são e tomarem um
lugar superior à própria felicidade.
Portanto, não sacrifique a
sua felicidade em função dos seus desejos e... cuidado com eles! Nenhum desejo
deve ser mais valioso que você!
É claro que não há nada de
errado em apreciar coisas belas e interessantes. Esse é o tempero da vida. Mas,
por não dominar as emoções e por não se conhecer profundamente, o ser humano
opta por escolhas erradas ou então avança os limites e, a maioria das paixões hoje
(nos seus mais diversos tipos), se tornam problemas, dos mais simples aos mais
complexos - e até mortais.
A depressão, já considerada
o mal do século, avança na mesma proporção da superficialidade deste mundo. E
não há outro caminho a não ser o autoconhecimento e o autodomínio. Isso sim é
ser lúcido... Isso sim é estar acordado. Isso sim é ser feliz.
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