Geração Merthiolate

“Não”. Palavrinha difícil de receber. Aceitar derrotas ou entender que rejeição não é privilégio só de alguns, é característica pouco encontrada na Geração Y: a flexibilidade.

Certamente você já ouviu falar das gerações “baby boomer”, X, Y e Z. Antes, 25, mas hoje especialistas apontam que uma nova geração surge a cada 10 anos.

A Geração Baby Boomer surgiu após o final da Segunda Guerra Mundial: são os que hoje tem mais de 45 anos: valorizam o emprego fixo, a estabilidade e são pouco voltados a inovação.

A Geração X já entra em cena fazendo uso dos recursos tecnológicos criados por seus antecessores. Surge na década de 60 e vai até o final dos anos 70: pessoas resistentes ao “novo”. Exemplo: insegurança em perder o emprego por pessoas mais novas e com mais energia.

Na década de 80, nasce a Geração Y, que conviveu com os maiores avanços na tecnologia e na inovação: gostam de fazer várias coisas ao mesmo tempo e adoram novas experiências e mudanças.  
Em meados dos anos noventa surge a Geração Z: no geral com comportamento individualista e até antissocial. Conectada à Internet, mas pouco conectada a valores familiares. Pessoas imediatistas, intolerantes, sem paciência com os mais velhos e com dificuldades de atuar em equipe e manter relacionamentos.

Acima dos conceitos, o que quero transmitir aqui hoje é que, independente de quando, como ou onde nasça, o ser humano recebe o livre arbítrio, isto é, liberdade de pensar e seguir as rotas que escolher. Um cidadão “colocado” na geração X tem o livre arbítrio de mudar sua rota e entender a importância de se atualizar. Uma mulher que nasce na geração Y precisa saber medir as consequências das mudanças, com responsabilidade e equilíbrio. Um sujeito da geração Z precisa mudar paradigmas que o prejudiquem num futuro profissional ou pessoal, onde a convivência ou o trabalho em equipe sejam premissas. E o mais sério: pais que não se adaptam ou mudam, “transferem” heranças problemáticas aos filhos.

É preocupante a forma como as emoções são tratadas no mundo atual; assim como a educação. Bases! Todos concordam com isso, mas poucos fazem algo por isso. Temos muitas matérias em nossas grades curriculares como matemática, história, geografia, química, etc., entretanto não existem matérias ligadas à Educação da Emoção, ou ao Desenvolvimento Psíquico ou a algo similar.

Aí nos revoltamos e até nos assustamos com o que tem acontecido neste mundo...

Outro exemplo. Hoje, as pessoas buscam no “par ideal” algo que “falta” nelas. Não existe tampa da panela! Os dois precisam estar completos para, assim, “transbordarem”! Ou então buscam em coisas superficiais, físicas, no humor, na simpatia, em ilusões, no poder aquisitivo, em atributos isolados, etc. Aderem à “moda”, à visão de curto prazo, aos “apelos da sociedade” ou ao desequilíbrio entre emoção e razão, recebendo pouco diante do que realmente merecem e da grandiosidade da vida e o pior, em muitos casos prejudicam ou colocam egoisticamente em risco seus filhos ou familiares... Não é a toa que estamos assistindo a verdadeiros horrores emocionais, nas mídias ou perto de nós. Tristeza, depressão, infelicidade e problemas psíquicos dos mais variados.

E surge agora a geração “M”: não aceita problemas, porque pais não colocam limites e não sabem equilibrar amor com disciplina e repreensão. Uma geração que não quer o “não” como resposta, mesmo porque não é treinada para enfrentar e resolver problemas.

Estamos criando uma geração que não sabe o que é dor, paciência, fome, sede, espera, frustração, erro. Queremos ter um kit completo “anti-problemas” ou “alívio imediato” a tira colo. O agravante é que parte destes Kits vem também com afastamento, abandono ou negligência.

Geração “M”. Merthiolate. Mas não o de antes e sim o de hoje, o que não arde...





              

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