Willy

(artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, do dia 24 de setembro de 2016).

           Que relato interessante recebi de uma pessoa muito especial esta semana, que me fez mudar a “rota” do artigo de hoje...

É a história de um taxista, mas não um taxista comum... Quando você entra em seu taxi, lá está ele, bem vestido. Seu carro? Limpo e brilhante. Quando o cliente se aproxima, ele abre a porta e diz: "Eu sou Willy, seu chofer. Enquanto guardo sua bagagem, gostaria que você lesse neste cartão qual é a minha missão”.  E no cartão está escrito: “Missão de Willy: levar meus clientes a seu destino de forma rápida, segura e econômica, oferecendo um ambiente amigável”. Também faz parte de sua rotina perguntar a todo cliente: "Aceita um café?" Mas, para quem preferir um suco, não há problema! Willy, competentemente, informa que tem uma térmica com suco normal e também diet, bem como água. E, para espanto dos incrédulos de plantão, ele ainda solta essa: "Se desejar ler,  tenho o jornal de hoje e também algumas revistas."  E ainda... “Essas são as estações de rádio que tenho e esse é o repertórios que elas tocam”! Como se já não fosse muito, Willy ainda se “atreve” a perguntar se a temperatura do ar condicionado está boa e informa qual é a melhor rota para o destino solicitado.
 
Terminou? Não... Estamos falando do “Willy”! Ele continua e pede se o cliente quer conversar ou prefere não ser incomodado.

Questionado se ele sempre atende os clientes assim, Willy tem a resposta na ponta da língua: "Não. Somente nos últimos dois anos. Meus primeiros anos como taxista passei a maior parte do tempo me queixando igual aos demais taxistas. Um dia resolvi virar o jogo, parar de reclamar e mudar meu destino, minhas atitudes, minha vida. Olhei os outros táxis e motoristas... Veículos sujos, motoristas pouco amigáveis e os clientes insatisfeitos. Decidi fazer umas mudanças. Quando meus clientes responderam bem, fui além e fiz mais algumas mudanças. No primeiro ano dupliquei meu faturamento. Este ano já quadrupliquei.  Não fico mais na parada dos táxis. Meus clientes fazem reserva pelo meu celular ou mandam mensagem”.

Caros leitores! Quem é o Sr. Willy dessa história? Infelizmente não o conheço pessoalmente, mas garanto que, independente da função exercida, eles são raros! Raros? Não... vou além (como o Willy), são raríssimos.

Mas amo encontrar pais “Willys”, que enxergam em seus filhos “oportunidades para transformá-los em filhos felizes”. Você já pensou na dimensão maravilhosa dessa visão diferenciada?

É gratificante ver funcionários que se destacam, que se transformam nos “Willys” do dia a dia. Ver empresários que trocam o caminho da reclamação e da crise para o caminho da atitude, da criatividade, da mudança de visão e de paradigmas...

Adoro ver pessoas que, de meros expectadores, passam a ser protagonistas, sobem no palco e “dirigem” suas vidas.

Quantas pessoas “surgem” em nosso caminho e não as tratamos do jeito “Willy” de ser... Não é? E, incrível, depois que as perdemos, parece que surge em nós alguém que estava “dormindo”, concorda?

Vibro intensamente quando meus pacientes dizem que estão enxergando a vida de uma forma melhor e diferente, que estão saindo de uma consulta bem melhores do que quando entraram ou tantos outros depoimentos maravilhosos. Não me orgulho por mim, mas pela evolução, pelo autoconhecimento e pela consequente felicidade que eles estão construindo.

É fácil? Não! Mas... você já deu o primeiro passo? O que tem feito para pelo menos começar a pensar e agir como o nosso brilhante “Willy”?

Em minhas palestras, consultorias ou atendimentos - relacionados à Psicanálise ou a assuntos Corporativos e Técnicos em Administração e Marketing - procuro treinar as pessoas no que chamo de “base sábia e sólida” para qualquer evolução (pessoal ou profissional), que vai muito além da técnica. 

Indubitavelmente, ao nos depararmos com “qualquer” problema, temos duas opções: ou nos entregamos a ele ou mudamos nossa visão sobre ele.

Seja em que campo for da sua vida, o que você prefere: se entregar aos problemas ou ser como o Willy?


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