"A maioria"

Os caranguejos são criaturas boas, como todas as outras, entretanto eles têm uma atitude não muito bacana... Experimente colocar alguns deles num balde e nem se preocupe em colocar uma tampa, pois nenhum deles vai sair de lá, isto porque, se um começar a subir, outros vão se encarregar de puxá-lo para baixo novamente.

São muitas as lições que podemos aprender com isso. Quantos de nós podemos agir como o caranguejo que puxa o outro para baixo, ou, então, ser exatamente aquele que está sendo “derrubado”...

Entretanto, também podemos pensar diferente e ser daqueles que empurram as pessoas para cima. De qualquer forma, é muito importante que busquemos estar sempre ao lado de pessoas assim, de sucesso, pessoas que nos elevem, que nos ajudem com bons conselhos, que fiquem felizes com nossas conquistas e não coloquem “obstáculos” quando damos boas notícias (nossas ou de outros).

É muito perigoso ter por perto caranguejos que nos empurram para baixo. E é simples ajustar nossos relacionamentos para evitarmos isso. Relevante também ter em mente que o “contágio” acontece nos dois caminhos, pois nossa realidade será moldada na mesma sintonia destas “influências” que estivermos recebendo e é aqui, querido leitor, que nossa reflexão de hoje se aprofunda.

Muitas vezes somos “levados” a gostar disso ou daquilo, a aceitar isso ou aquilo, a concordar com isso ou aquilo por pura influência, e normalmente da maioria. Admiro pessoas que “rompem” com esse protótipo. Jung já dizia: “Nascemos originais e morremos cópias”.

Comece a observar de maneira bem crítica e de forma imparcial. Muitas vezes a maioria não é o modelo a ser seguido! Muitas vezes a maioria é que elege pessoas totalmente incompetentes para um determinado cargo político! Quantas decepções com pessoas que – há pouco tempo – levavam milhões a um estádio, milhões a uma Igreja... Quantas incoerências encontradas em líderes que “encantam” as pessoas! Quantos novos “artistas” das Redes Sociais levando pessoas ao suicídio ou a complexas doenças emocionais e – notem – com números altamente significativos de “seguidores”. Isso tudo não é estranhamente paradoxal? E o agravante é que muitos mal preparados emocionalmente acabam perdendo a própria personalidade quando caem nessas armadilhas.

E, por falar em emoção, não tem como não falarmos de amor. Que assunto mal entendido e mal conduzido! Um exemplo é a “associação” que se faz entre amor e sexo. Amor é algo muito sublime e maior para ser comparado ao sexo. Não se “faz” amor. Sentimos amor e, mais importante ainda, praticamos o amor, independente de relação, independente do físico e acima dos critérios, dos apegos e das dependências humanas. Independente da “maioria”...

Ah o amor... Analise quem diz que te “ama”. Amor não é discurso, é ação. Muitos dizem que amam, mas na hora de provar o amor, nada acontece, às vezes até nos mínimos detalhes o amor não acontece. Pais que dizem amar seus filhos, mas não respeitam na íntegra a abrangente e complexa responsabilidade que é ser pai ou ser mãe. Amigos que se amam nas baladas e nos interesses, mas esquecem deste amor quando o outro adoece ou quando o dinheiro acaba. Quem te ama vai estar ao teu lado, te ajudando e te “empurrando para cima”, seja na situação que for. Quem te ama, vai se alegrar com sua alegria. Enfim, exemplos não faltam. O importante é você procurar ter ao seu redor quem realmente te ame, aliás, no amor, esqueça as palavras, pois elas não dizem nada se comparadas às atitudes.

É mais que hora de descobrir o que te atrapalha. É mais que hora de romper com o que te atrapalha. Hora de mudança, de dentro para fora. O Brasil precisa disso. O mundo precisa disso, porque esse respeito a você mesmo será o começo do respeito que vai mudar o mundo.

Sempre que você se encontrar do lado da maioria, é tempo de parar e refletir. (Mark Twain).




(Artigo também publicado no Jornal de Piracicaba, dia 5 de agosto, em coluna semanal do autor)



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