Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou os resultados da maior revisão mundial sobre saúde mental feita desde o início do século. São informações imprescindíveis para um novo planejamento dos governos, da classe acadêmica, da sociedade em geral e dos profissionais da saúde, além de outros que queiram apoiar esta causa. Alguns dados da revisão: em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno da mente. Uma em cada 100 mortes foi por suicídio e quase 60% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade. Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade. Pessoas com problemas ligados à saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral.
Apesar de tantas estatísticas assustadoras, há ainda
muita falta de informação, além de preconceito sobre o tema. É comum pessoas
dizerem que depressão é “frescura”, dentre tantos outros absurdos. Depressão,
como qualquer outro problema emocional, é coisa séria, que merece um olhar responsável
de toda a sociedade e uma mudança de postura sobre o tema.
Muitos
confundem tristeza com depressão. Explico. Tristeza ocorre após algo ruim que
aconteceu com você e você sabe o motivo, entretanto, ela não dura muito (em
média duas semanas) e você consegue reagir, ou seja, ela não “permanece” em
você. A depressão, por sua vez, vem de uma tristeza mais profunda, que
“permanece”. Isto faz com que a pessoa não consiga reagir e sair da situação.
Na maioria dos casos, o depressivo nem sabe o motivo que está desencadeando seu
estado.
São
vários os graus que medem a depressão, indo do mais leve ao mais complexo, com
várias características peculiares a cada um. O depressivo não se valoriza, sente-se
incompetente e culpado. Não tem sonhos nem o mesmo prazer que tinha em realizar
atividades. Não tem motivação para produzir, se divertir ou criar. Pode ter
dificuldade em dormir e facilidade em adquirir vícios. Importante lembrar que a
não superação deste quadro e seu consequente agravamento são fatores
determinantes do suicídio.
Em
função de serem muitos os sintomas - que podem até se confundir com outras
doenças - é imprescindível o acompanhamento e a avaliação de um profissional
habilitado, para que se chegue ao diagnóstico correto.
Existem
muitas causas para a depressão, como baixa autoestima, traumas de infância ou
atuais (especialmente abusos sexuais e por intimidação), hereditariedade,
alcoolismo, drogas, transtorno de ansiedade generalizada, problemas de
aceitação (até de cunho sexual), dificuldades de relacionamento, bipolaridade,
envolvimento em situações difíceis, reação aos acontecimentos negativos,
perdas, doenças, além de frustrações, mágoas e outros sentimentos negativos e não
resolvidos.
Como
eu sempre defendo, a solução deve ser buscada na raiz, dentro da própria
pessoa, buscando ajuda. Os transtornos mentais estão se proliferando pelo mundo
e acometendo qualquer tipo de pessoa. A depressão é uma delas. A maioria tem
dificuldade em assumir o problema e isso só agrava a situação. Se você sofre de
algum transtorno mental, empenhe-se em superar qualquer receio de procurar
ajuda profissional.
Lembre-se
de que Deus nos presenteou com o dom da vida e podemos sim vivê-la em toda sua
plenitude e beleza.
“Algo
só é impossível até que alguém duvide e resolva provar o contrário”. (Albert
Einstein).
Prove a você mesmo que você merece e pode ser feliz.
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